Confessamos que até vermos esta coleção, o nosso conhecimento sobre a marca era escaço e não fazia jus à qualidade com que nos deparamos. Desde a confeção ao styling das peças, a Dielmar é sinónimo de bom produto nacional, algo que só é possível devido a décadas de conhecimento e experiência dos profissionais que trabalham na empresa sediada em Alcaíns e que emprega cerca de trezentas pessoas.



Mergulhado num silêncio apenas entrecortado por uma ou outra indicação, António Simões retocava com serenidade e primor cada detalhe do visual dos modelos, um por um, à entrada na passarela, alheio ao borburinho e à correria em sua volta. Entre o vai e vem de objetos e os piropos dos manequins, ressoou o Fado que nos iria acompanhar até ao dealbar do desfile.



Mantendo um visual sóbrio e austero, o exímio cuidado com a escolha dos materiais é meritório de nota, e cada peça foi sublimada por ricos detalhes, alamares, gravatas e laços em tecidos de lã a combinar com os lenços ou cachecóis. O mix de texturas foi um dos pontos fortes. A cortar a sobriedade de um conjunto de calça e blazer, um colete impermeável com enchimento, uma peça em pêlo ou um sobretudo com efeitos em veludo.