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Residência (Artística) A Preguiça como Novo Avant-Garde

27 de Fevereiro de 2012



A preguiça de seis jovens, angustiados por não saberem com que ocupar o seu tempo, abeira-os de atitudes transgressoras e excêntricas, numa peça em que o nonsense é apenas uma aparência e hipsterismo é a palavra de ordem. Rogério Nuno Costa volta a cena com uma das suas peças mais polémicas e o StreetLights.pt esteve encarregue de fazer as fotos promocionais.

Entre os dias 20 e 21 de Fevereiro, estivemos entretidos com o trabalho mais divertido e, simultaneamente, mais profissional que já concretizamos: o shooting promocional do novo trabalho de Rogério Nuno Costa, encenador, professor de teatro, chefe de cozinha, entre outras atividades, que desta vez decidiu levar a cena uma peça sobre a preguiça, o ócio e a angústia de ter que preencher o tempo com algo significativo: Residência (Artística) - A Preguiça Como Novo Avant-Garde. A peça vive do momento e do instante, e portanto os seus intérpretes são também seus co-criadores.



Quando o Rogério nos convidou para auxiliar na consultoria de imagem da peça, juntos exploramos um movimento de jovens rebeldes de classe média americanos, imiscuídos em atitudes excêntricas e exageradas, com o intuito de serem diferentes da maioria vigente, a cultura mainstream: os hipsters. Existem quem considere esta palavra ofensiva mas é, de facto, o termo pelo qual os integrantes deste grupo são conhecidos. Há várias categorias e vários estilos. Aliás, os hipsters, têm por hábito utilizar e reinventar ou subverter os ícones da cultura pop, no entanto, sem qualquer contexto filosófico. Muitos desconhecem o ícone que estão a subverter, mas esta falta de referências é algo comum dentro do movimento. Este acabou por inspirar todos os integrantes deste projeto.



No dia 20 de Fevereiro rumamos a Montemor-o-Novo, onde estavam instalados os intérpretes e o encenador, numa residência artística dentro de um convento medieval, no interior das muralhas do castelo local. Um sítio fascinante, incubadora de inúmeros projetos criativos, e muito propício a uma photoshoot. Existindo vários estilos dentro do movimento hipster, a nossa primeira função foi jogar com as peças que tínhamos em mãos e criar para as diferentes personagens (que incluem uma miúda do Grunge, um nerd, uma hippie chic, uma lésbica, estre outros), outfits diferentes para a shoot e aconselhar sobre o que seria mais indicado utilizarem durante o espetáculo. Os looks convergem várias referências de vários estilos, muitas vezes contraditórios entre si, de maneira a descredibilizá-los.

Ao outro dia elaboramos a sessão fotográfica, cujo ponto mais divertido foi, sem margem para dúvidas, a direção dos atores. No claustro do convento, abeirados ao castelo ou na parta de um supermercado, os atos excêntricos levados a cado pelo atores arrancaram estranheza e gargalhadas aos transeuntes. 



Aparentemente nonsense, esta é uma peça incrivelmente concetual, com várias referências ao cinema independente dos anos 70 e 90, que subverte o movimento hipster e adapta de várias formas ícones da cultura pop ocidental, para questionar o ócio de seis pessoas, desinspiradas e angustiadas com o tempo que têm para preencher.

A shoot está dividida entre fotografias de grupo e individuais, e o conceito tem como base o movimento que se criou em torno de Trainspotting, o icónico filme de 1996.

O Teatro-Cine em Torres Vedras, recebeu no dia 27 de Março, a primeira apresentação da peça, levantando uma série de opiniões  polémicas por parte de alguns críticos mais conservadores.



Para mais informações sobre a peça consultem os links seguintes:



http://artistic-residency.tumblr.com/


http://www.estufa.pt/residenciaartistica



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